domingo, 29 de março de 2015

ELLEN HARMON PUNIDA SEM PECADO.

Toda a nossa família ficou interessada na doutrina da breve volta do Senhor. Por muito tempo meu pai havia sido considerado um dos pilares da igreja metodista que freqüentava, e todos os nossos familiares haviam sido seus membros ativos. Mas não fizemos segredo de nossa nova crença, embora não tentássemos impô-la a outros, nem manifestássemos qualquer sentimento de hostilidade para com nossa igreja. O pastor metodista, porém, fez-nos uma visita especial, e aproveitou a ocasião para informar que nossa fé e o metodismo não poderiam harmonizar-se. Ele não quis saber das razões de nossa crença nem fez qualquer referência à Bíblia, de forma a convencer-nos de nosso erro, mas declarou que nós havíamos adotado uma nova e estranha crença, a qual a igreja metodista não podia aceitar. – {T1 40.3}
Meu pai replicou dizendo que ele estava enganado em chamá-la nova e estranha doutrina, pois Cristo mesmo, em Seus ensinos aos discípulos, havia pregado o segundo advento. Ele disse: “Na casa de Meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para Mim mesmo, para que, onde Eu estiver estejais vós também.” João 14:2, 3. Quando ascendeu ao Céu diante dos olhos atônitos dos discípulos e uma nuvem O ocultou, estando Seus fiéis seguidores com os olhos fitos no Senhor que desaparecia, “eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no Céu, há de vir assim como para o céu O vistes ir.” Atos dos Apóstolos 1:10, 11. – {T1 41.1}
“E”, disse papai, entusiasmando-se com o assunto, “o inspirado apóstolo Paulo escreveu uma carta para encorajar seus irmãos tessalonicenses, dizendo: ‘E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando Se manifestar o Senhor Jesus desde o Céu, com os anjos do Seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do Seu poder, quando vier para ser glorificado nos Seus santos e para Se fazer admirável, naquele Dia, em todos os que crêem (porquanto nosso testemunho foi crido entre vós).’ ‘Porque o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.’ 2 Tessalonicenses 1:7-10; 1 Tessalonicenses 4:16-18. – {T1 41.2}
“Essa é a mais alta autoridade para nossa fé. Jesus e Seus apóstolos trataram longamente do tema do segundo advento com alegria e triunfo, e os santos anjos proclamaram que Cristo, que subiu ao Céu, virá novamente. Esta é a nossa ofensa: Crer na palavra de Jesus e de Seus discípulos. Tal doutrina é antiga e não traz nenhum traço de heresia.” – {T1 42.1}
O pastor não tentou apresentar um simples texto que nos provaria estarmos em erro, mas desculpou-se sob pretexto de falta de tempo. Ele aconselhou que nos retirássemos discretamente da igreja e evitássemos dar publicidade ao fato. Estávamos conscientes de que outros irmãos se encontravam em situação similar pela mesma causa, e não desejávamos dar a entender que estávamos envergonhados de reconhecer nossa fé, ou incapazes de sustentá-la pelas Escrituras. Assim, meus pais insistiram que eles fossem informados das razões de nossa saída. – {T1 42.2}
A única resposta a essa colocação foi uma evasiva declaração de que estávamos andando de modo contrário às normas da igreja, e o melhor caminho seria retirar-nos voluntariamente para evitar um processo regular de exclusão. Respondemos que preferíamos um processo regular e exigíamos saber de qual pecado nos acusavam, pois estávamos conscientes de que não havia nenhum erro em esperar e amar o aparecimento do Salvador. – {T1 42.3}
Não muito tempo depois, fomos notificados para estar presentes na reunião a ser realizada na sacristia da igreja. Havia poucos presentes. A influência de papai e sua família era tal, que os oponentes não desejavam apresentar nosso caso diante de um grande número de membros. A única acusação feita foi que estávamos contrariando as normas da igreja. Como resposta à nossa pergunta de quais regras havíamos infringido, foi declarado após um instante de hesitação, que assistíramos a outras reuniões e negligenciáramos reunir-nos regularmente em nossa congregação. Declaramos que parte da família havia estado no campo por algum tempo, e que ninguém que ficou na cidade se ausentara das reuniões da igreja mais do que umas poucas semanas, e que foram moralmente compelidos a permanecer distantes porque o testemunho que davam encontrou acentuada desaprovação. Lembramos também que certas pessoas que não haviam assistido às reuniões por um ano, eram ainda mantidos como membros regulares. – {T1 42.4}
Foi-nos perguntado se queríamos confessar que havíamos nos afastado das normas e que nos comprometíamos a respeitá-las no futuro. Respondemos que não nos atrevíamos a negar nossa fé ou a sagrada verdade de Deus; que não podíamos renunciar a esperança da breve volta de nosso Redentor; que, apesar de a terem chamado de heresia, nós continuaríamos a adorar ao Senhor. Meu pai recebeu, durante sua defesa, a bênção de Deus e todos deixamos a sacristia com o espírito livre, felizes com a percepção de termos agido corretamente e com o aprovador sorriso de Jesus. – {T1 43.1}Testemunhos para a Igreja, I.

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