domingo, 29 de março de 2015

ELLEN HARMON APRENDENDO COM SUA MÃE.

Certo dia eu ouvi uma conversa entre mamãe e minha irmã, a respeito de uma palestra que haviam ouvido recentemente, sobre o fato de que a alma não possuía imortalidade natural. Alguns textos comprobatórios citados pelo pastor foram repetidos. Lembro-me de alguns que muito me impressionaram: “A alma que pecar, essa morrerá.” Ezequiel 18:4. “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma.” Eclesiastes 9:5. “A qual, a seu tempo, mostrará o bem-aventurado e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; Aquele que tem, Ele só, a imortalidade.” 1 Timóteo 6:15, 16. Dará “a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção [imortalidade].” Romanos 2:7. “Por que”, disse mamãe, após citar as passagens precedentes, “deveriam eles buscar por algo que já possuem?” Eu ouvia essas novas idéias com intenso e aflitivo interesse. Quando a sós com minha mãe, perguntei-lhe se ela realmente cria que a alma não era imortal. Ela respondeu que receava havermos estado em erro nesse assunto, bem como em outros. – {T1 39.1}
“Mas, mamãe”, volvi , “a senhora realmente crê que a alma repousa na sepultura até a ressurreição? Pensa que o cristão, quando morre, não vai imediatamente para o Céu, nem o pecador para o inferno?” – {T1 39.2}
Ela respondeu: “A Bíblia não nos dá provas de que haja um inferno eternamente a queimar. Se houvesse tal lugar, ele deveria ser mencionado no Livro Sagrado.” – {T1 39.3}
“Ora, mamãe”, exclamei espantada, “esta é uma estranha maneira de a senhora falar! Se a senhora crê nessa estranha teoria, não deixe ninguém ter conhecimento disso, pois temo que os pecadores se sentiriam seguros com essa crença e nunca desejariam buscar ao Senhor.” – {T1 39.4}
“Se essa é uma sólida verdade da Bíblia”, replicou, “em lugar de impedir a salvação dos pecadores, será um meio de conquistá-los para Cristo. Se o amor de Deus não constranger o rebelde, os terrores de um inferno eterno não o levarão ao arrependimento. Além disso, não parece um modo apropriado ganhar pessoas para Jesus, apelando a uma das mais baixas faculdades da mente, o medo abjeto. O amor de Jesus atrai; ele subjugará o coração mais endurecido.” – {T1 39.5}
Não foi senão depois de alguns meses após essa conversa, que ouvi algo a respeito do assunto. Mas durante esse tempo, pensei muito sobre o tema. Quando ouvi uma pregação sobre ele, cri que devia ser verdade. Dessa ocasião em diante, a luz sobre o sono da morte raiou em minha mente, o mistério que envolvia a ressurreição desapareceu, e o próprio grande evento assumiu nova e sublime importância. Minha mente fora muito perturbada pelos esforços em reconciliar a imediata recompensa ou punição dos mortos, com os indubitáveis fatos da ressurreição e do juízo. Se após a morte a alma entrava na bem-aventurança ou na desgraça perpétua, onde cabia a necessidade da ressurreição do pobre e corruptível corpo? – {T1 40.1}
Mas essa nova e bela crença ensinou-me a razão por que os escritores inspirados se demoraram tanto sobre a ressurreição do corpo. Foi porque o ser inteiro estava dormindo na sepultura. Eu podia agora perceber claramente o erro de nossa posição anterior sobre o tema. A confusão e inutilidade de um juízo final, após as pessoas terem sido julgadas uma vez e decidida sua sorte, tornaram-se-me muito claras agora. Vi que a esperança dos enlutados estava em olhar adiante, ao glorioso dia quando o Doador da vida romper os grilhões da sepultura e os justos mortos ressurgirem, abandonando seu cárcere para serem revestidos da gloriosa vida imortal. – {T1 40.2}Testemunhos para a Igreja.

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